sábado, outubro 08, 2005

O triste fado das grandes equipas

Como o jornalista destacado para a cobertura do jogo de ontem permanece em parte incerta, decidiu a Administração da SAD publicar um texto que lhe chegou via email, enviado por Valentim Augusto, editor de Desporto da Folha Cultural de Lordelo do Ouro. A Administração da SAD questionou a isenção do repórter já que numa das equipas joga um familiar seu e trabalha para o mesmo grupo de um dos Administradores da SAD (ver aqui e aqui). V.A. respondeu que estava registado no Sindicato dos Jornalistas e que só não possuía a carteira profissional por esta lhe ter sido roubada em 1972 durante a inauguração da linha 18 pelo famoso carteirista da época, o Quinas do Aleixo, quando cobria o acontecimento para o Primeiro de Janeiro. Estas informações e a leitura prévia do texto mostram que estamos em presença de um jornalista isento e conceituado cuja experiência fala por si.
Segue-se a reportagem:


Eh pá, assistimos ontem na Arrábida a um grande jogo em que mais uma vez o futebol físico e pragmático venceu (20-17) o futebol bonito virado para o espectáculo. Ainda há dias estava a dizer à minha Biazinha que não sabia onde é que isto ia parar. Que o futebol tinha cada vez menos gente porque as equipas só pensavam nos resultados. O que a gente quer quando vai ao estádio é ter um bom serviço de sandes de couratos e cervejinha sempre a correr. Mas também quer ver um bom espectáculo com muitos golos e não onze matulões a defender (dez, se o Ricardo jogar). E o que vimos ontem? Vimos uma laranja mecânica renovada a produzir um futebol espectáculo, um futebol que dá gosto ver, contra uma equipa de vikings que não paravam de correr sempre à espera do erro para poderem marcar. Enquanto os laranjas desenvolviam um futebol geométrico, cheio de nuances técnico-tácticas, digno de constar nos compêndios do futebol, os Mossinhos (N.R. Outro que tem problemas com os esses. Queres ver que este é que é o Van Gaal?) limitavam-se a colher os frutos de um futebol etíope, cheio de maratonas, cujo único fito (N.R. Único quê?) era marcar fosse como fosse. Fez-me lembrar as finais que a saudosa Laranja Mecânica perdeu ou os 4-0 que o Milan do pragmático Capello enfiou ao Barcelona de Cruijff numa final dos Campeões. Ou mais recentemente, quando os cavalões do Artemedia vieram ganhar ao nosso Dragão. É o triste fado das grandes equipas.

V.A.

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