INSECTICIDA

Num tarrafal coberto de uma nuvem cinzenta e escura que parecia a aproximação uma tempestade, mais não era do que uma iluminação insuficiente num pavilhão na obscuridade.
Num instante a accção desenvolveu-se, os holofotes acenderam-se e com isso soltaram-se um sem número de insectos que rapidamente travaram a luta pela sobrivência, num descampado repleto de bichos e bichas, rastejantes, voadaores e repelentes...

PERDEDORES

Menezes – ABELHA RAINHA/ABELHA OPERÁRIA, sendo soberana pela organização da colmeia da SAD-Futebol, harmonia e pela polinização e reprodução de jogo da sua equipa completando esta liderança com a sua forma laboriosa no interior do seu alveário, foi carregador de piano nas tarefas de protecção e alimentação atacante do seu grupo em que muitas das vezes soltou o seu ferrão certeiro, eficaz e venenoso nos adversários. Para mal da sua colmeia a sua duração foi de apenas uma abelha operária que cedo “morreu”, pois teve de sair, e seu agregado ficou órfão da sua Mestre.

Pité – ZANGÃO, enquanto a Abelha Rainha esteve junto da sua colmeia, cumpriu toda a sua função de parceria, “fecundando” na perfeição e a preceito a produção e abundância de mel para todos os membros do seu grupo se adoçarem e deliciarem. Dando seguimento à metáfora real, com a partida da abelha rainha, ficou “esventrado” deixando se ser capaz de produzir novo ferrão competente para atacar os insectos contrários.

Mouta – VESPA, de extrema importância devido ao seu grau de predador, de voo rápido, dotado de boa visão, harmoniosa na construção elaborada dos seus ataques repetidos e mordazes com que constantemente combate os seus importunadores quando se instala no ataque da sua organização. Talvez extenuado pelos seus voos picados, recolheu-se à sua loca defensiva e aí as suas armas deixaram de surtir efeito e sua acção defensiva combatida e ultrapassada pelos predadores contrários.

Garrincha – PULGA insecto migratório que transita constantemente de um lado para o outro fixando-se e mordendo os casulos inimigos com picadas cerradas e ensanguentadas tal a sua garra aplicada em quem se agarra. Espalha a sua acção por todo o território de jogo, quase sempre de forma mordaz e eficaz. Foi colhido, tal como os seus insectos aliados pela acção suctória e abafadora da equipa de desparatização adversária.

Miguel CC – MOSCA, no seu jeito silencioso e esvoaçante quis estar presente em todo o lado tentou a todo o custo produzir larvas que pudessem fazer alimentar e carburar o ecossistema do seu conjunto sem conseguir os seus intentos, pois na verdade foi vítima da sua própria contaminação nos espaços recuados que pisou, nos quais perdeu asas e que lhe trouxe amargos de boca, dado o aproveitamento das suas fragilidades por parte dos seus predadores.

Henrique – BARATA, habituado a trabalhar nos interiores das edificações domésticas em locais quentes e húmidos mas que no seu hábito nocturno encontrou um espaço arrefecido e seco. Traído por este factor climatérico que nem no seu aquecimento enérgico na procura do calor ideal para entrar na sua acção de assustar e nausear os adversários. A sua entrada em actividade, tornou-o uma barata tonta, pois o frio estava entranhado nos seus movimentos não sendo capaz de levar a cabo a sua missão acabando pulverizado pelos oponentes.


PREDADORES

Ricky – MOSQUITO, insecto incómodo que se dedica a aperfeiçoar as suas habilidades ao ponto de ser agora especialista em encontrar adversário para picar e aniquilar. Possuidor de uma verdadeira bateria de sensores projectados para rastrear as presas, acaba por ser rápido e eficiente na forma certeira como pica o adversário e perfura as suas redes. A sua picada deixa dor nos adversários tal é a velocidade estonteante com que defere a picadela e deposita as suas larvas venenosas.

DOC – FORMIGA, é um insecto laborioso e de organização familiar, comunica por uma química perceptível apenas aos seus afeitos, sempre de forma abnegada e cooperativa, trabalha em prol da sua sociedade no local onde o seu exército necessitar. O seu esforço de labuta foi recompensado com a vitória na luta que travou com os seus ferozes e poderosos opositores, mesmo sendo rastejador, continua fazer dos ataques aéreos a sua arma devastadora.

Hugo – CENTOPEIA, insecto enorme, abrangente de pernas intermináveis que umas vezes ajuda e outras perturbam na sua locomoção transformando-o por vezes num bichinho trapalhão. No entanto, no seu ambiente preferido carregado de humidade, conseguir com as suas incontáveis pernas estar em todo lado, na defesa do seu território e dos seus insectos aliados, compensando-os e protegendo-os com o seu comprido dorso com metade das suas pernas, enquanto, a outra metade era utilizada para despachar as bolas larvadas para longe do seu casebre.

Vitor – BESOURO, de carapaça rígida composta com muitas camadas de placas que de certa forma afectam a sua flexibilidade e lhe toldam a mobilidade. Já foi sagrado, neste momento está esgotado, pois não consegue lançar os seus ataques de primeira de forma certeira, caindo nas próprias larvas e com isso contaminando-se, perdendo reacção nos reflexos defensivos, sendo ultrapassado pelos insectos mais leves. É estranho o seu zumbido, pouco se percebe o que diz, mas sendo Besouro activo, deve ser “BBBBBBBZZZZZZZZZZZZZ” que fica no ouvido.

BAC – Louva-Deus insecto que pode ser denominado cavalinho-de-deus, afinal a sua equipa montou e cavalgou nele a responsabilidade da vitória. Foi um predador agressivo que fez das emboscadas e cabeçadas armas letais e triunfais. Foi de uma voracidade insaciável, tal o score pessoal que contabilizou e por conseguinte devastou todos os insectos que sobre ele pairavam. Bem pode louvar Deus, pelo milagre operado, pois o mais certo é ficar parado na próxima exterminação.